De família brasileira e portuguesa, nascido em 1960, na cidade de Huambo, Angola, José Eduardo Agualusa adquiriu as suas referências culturais um amplo senso de identidade, o qual o leva a definir-se como afro-luso-brasileiro. Dividindo-se entre os três continentes, o angolano, que é jornalista e estudou Agronomia e Silvicultura em Lisboa, imprime na sua obra o destaque à relação cultural entre os países de língua portuguesa, através da fusão das influências de cada um. Desde o seu primeiro trabalho como escritor, ainda no final dos anos 80, o interesse em sublinhar essa integração levou Agualusa, considerado um dos mais importantes escritores africanos dos últimos tempos, a escrever obras como: Nação Crioula (1998); Um Estranho em Goa (2000); Manual Prático de Levitação (2005); O ano em que Zumbi tomou o Rio (2002) e O Vendedor de Passados (2004)..
Ver mais >> Colabora com o jornal Público desde a sua fundação; na revista de domingo desse diário (Pública) assina uma crónica quinzenal. Realiza o programa A Hora das Cigarras, sobre música e poesia africana, difundido aos domingos, na Antena 1 e RDP África. Assina uma crónica mensal na revista Pais e Filhos.
É membro da União dos Escritores Angolanos.
Em 2006 lançou, juntamente com Conceição Lopes e Fatima Otero, a editora brasileira Língua Geral, dedicada exclusivamente a autores de língua portuguesa.
Beneficiou de três bolsas de criação literária: a primeira, concedida pelo Centro Nacional de Cultura em 1997 para escrever Nação Crioula; a segunda em 2000, concedida pela Fundação Oriente, que lhe permitiu visitar Goa durante 3 meses e na sequência da qual escreveu "Um estranho em Goa"; a terceira em 2001, concedida pela instituição alemã “Deutscher Akademischer Austausch Dienst”. Graças a esta bolsa viveu um ano em Berlim, e foi lá que escreveu "O ano em que Zumbi tomou o Rio".
O seu primeiro romance - A Conjura - recebeu o Prémio de Revelação Sonangol.
Com Nação Crioula foi distinguido com o Grande Prémio de Literatura da RTP.
Fronteiras Perdidas obteve o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores.
Estranhões e Bizarrocos obteve o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para crianças, em 2002.
Agualusa recebeu, em 2007, o prestigioso Prémio Independente de Ficção Estrangeira, promovido pelo diário britânico "The Independent" em colaboração com o Conselho das Artes do Reino Unido, pelo livro O Vendedor de Passados, tornando-se o primeiro escritor africano a receber tal distinção
Obras publicadas
- A Conjura (romance, 1989)
- D. Nicolau Água-Rosada e outras estórias verdadeiras e inverosímeis (contos, 1990)
- O coração dos bosques (poesia, 1991)
- A feira dos assombrados (novela, 1992)
- Estação das Chuvas (romance, 1996)
- Nação Crioula (romance, 1997, no qual aparece o personagem de Fradique Mendes)
- Fronteiras Perdidas, contos para viajar (contos, 1999)
- Um estranho em Goa (romance, 2000)
- Estranhões e Bizarrocos (literatura infantil, 2000)
- A Substância do Amor e Outras Crónicas (crônicas, 2000)
- O Homem que Parecia um Domingo (contos, 2002)
- Catálogo de Sombras (contos, 2003)
- O Ano em que Zumbi Tomou o Rio (romance, 2003)
- O Vendedor de Passados (romance, 2004)
- Manual Prático de Levitação (contos, 2005)
- As Mulheres de Meu Pai (romance, 2007)
- Na rota das especiarias (guia, 2008)
- Barroco tropical (romance, 2009)